segunda-feira, 31 de março de 2008

... VERSÃO POR ENCOMENDA (AFETO) ...


Olá, antes de mais nada este texto vai para a minha amiga Dany, e para todas as pessoas que acharem que este texto tem alguma valia – e para as pessoas que também discordarem – Enfim, comecemos os trabalhos. Ela me deu dois temas muito interessantes de serem discorridos: o para sempre e sobre desistir sem antes tentar, dois teminhas com muito pano para as mangas.
Que dure para sempre... Sempre? Uma palavra tão forte, eu acho. Sempre dá impressão de eternidade e isso, às vezes, passa despercebido. Reflitam comigo: às vezes, a eternidade pode durar uns 10 anos e passar como vento, passar como furacão e, às vezes, pode durar meia hora e ser lenta como uma dor latente, ou lenta, como um beijo gostoso congelado no tempo.
Relativo é, então, crer ou não se dure ou não para sempre, isso quem vai escolher é você, tanto como num relacionamento, tanto para a vida toda... Que dure para sempre a felicidade, algo bom, ou coisas que venham nos acrescentar; que não dure para sempre as mares de azar, os tempos perdidos, as futilidades desnecessárias (pois existem futilidades necessárias, sim!), que não dure para sempre as tristezas, mesmo elas, às vezes, servirem de combustível para a volta por cima e para o despertar de uma mudança de rumos na vida, de acertar o caminho do destino e brecar aquele caminho antes percorrido.
Pronto! Agora o desistir sem antes tentar. Ixi, isso é tenso. Eu já desisti sem antes tentar, confesso, e confesso que recrimino quem assim faz, mas, temos vários lados, ângulos e prismas para analisarmos. Creio muito na intuição, na voz do coração, no que nossos instintos nos levam a fazer... Então se eu tentar e depois desistir (ou nem desistir) ou desistir sem ao menos tentar, vai ser muito relativo. Se eu nem tentei, é óbvio que meu coração me avisou, eu intui, ou algo não foi positivo para que eu me arriscasse, agora se tentamos e desistimos depois temos o orgulho de dizer que tentamos antes de desistir. Para sempre e desistir sem antes tentar, dois temas que permeiam nossas vidas, se analisarmos bem, mas que só dependem de nós. Nós fazemos o sempre e cabe a nós escolhermos, desistir sem tentar... Amém.

sábado, 29 de março de 2008

... VERSÃO SAUDADE ...



A distância é algo ambíguo, demais. Ao mesmo tempo que nos proporciona sentimentos ruins, também nos aflige e angustia. O meu amor mora longe, um pouquinho, outro estado, mas temos a certeza de que a nossa saudade é saudável e só nos dá a certeza que queremos um ao outro. De fato, outras pessoas pensam como o que está descrito anteriormente, mas outras não suportam a saudade, acham um sentimento ruim, algo que só dá ansiedade, insegurança...
A añoranza é o fruto da única certeza que se há numa relação, que você gosta de quem sente falta, e que você, talvez, ame quem sente falta. Quanto a familiares, amigos... A saudade só firma mais os laços e deixam os grilhões mais soldados, sem que eles possam se partir. Existe a saudade da perda... Talvez há que mais nos dilacera e faz mal, talvez não, é certo. Quem se foi e não volta mais, está distante em outra dimensão, na qual não podemos transpor barreiras e traze-la de volta.
A saudade da morte, é uma dor latente, mesmo tendo o ser querido já partido há tempos, sempre, algo, alguma data, alguma cor, vai nos despertar a saudade esquecida, vai nos dar a oportunidade de verte novamente a lágrima já vertida, guardada no canto do olho exclusivamente para esse momento, mas egoísta é quem acredita que a ida desse ser é uma dor, para ele, ou ela, é uma salvação, sair de um planeta tão sujo, tão imundo... E se foi era porque devia, os ensinamentos terrenos já estavam sanados, e senão, voltasse (como voltaria de qualquer jeito) para cumprir e recomeçar... E sentir saudade...

sexta-feira, 28 de março de 2008

... VERSÃO CERVEJA (INSEGURO) ...



Talvez um copo de cerveja seja mais interessante do que aquela agonia de ficar esperando a pessoa certa ligar, se a pessoa está bem, se ela está andando na linha... Ah!!!!! Que agonia! Um copo de cerveja me faria melhor... Exato!
Como boa sexta-feira, me livro das amarras da rotina, boto a melhor roupa e me encontro com amigos do papo, para conversar sem muito nexo e entrando em alfa a partir do repetir dos copos... Sempre sai uma anedota, ou uma frase filosófica de R$ 1,99: “A terra é quadrada e a luz é verde.” Mas o engraçado, por mais “alto” que eu possa ficar, minha cabeça vai estar sempre lá, lá em Minas...

E o beluga fica aqui, sem saber se será, que será? Quieto, amuado, desconfiado, inseguro... Ah Meu Deus! Acende a luz que meu caminho escureceu.

quarta-feira, 26 de março de 2008

... VERSÃO BELUGA ...


Tristeza não tem fim, felicidade sim, mas que seja eterna a tal, enquanto dure e que dure para sempre. A felicidade é um sentimento muito bom, mas em excesso fica ruim, não há possibilidade de reclamar de vida, de se auto depreciar, e para um cara como eu, amante das artes e da solidão de às vezes, é necessária a falta dela – parcial claro!- para que se possa extrair o máximo de emoções da vida.
A tristeza é um sentimento que não tem fim pelo simples motivo de ser mascarada quando chega à felicidade, logo para a existência desta deve haver a tristeza, para que a felicidade seja experimentada da melhor maneira possível com todos os privilégios e virtudes que nela cabem. Sim, meus caros, eu estou feliz, to ... versão beluga ... (um golfinho branco como eu e sempre com cara feliz), to tendo a sorte de um amor tranqüilo, com sabor de fruta, de beijos, de corpos mordidos, na batida, no embalo, qualquer movimento da rede.
Espero que todos os momentos sejam únicos e vou viver um dia de cada vez, sem pressa de fazer um mês, ou de comemorar qualquer data efêmera que se destine aos casais. Quero mesmo o gosto de sentir saudade, de sentir felicidade, de sentir tesão ao encontro do abraço, de sentir a mão e as pernas me embalar na cama, a respiração suave e aquela coisa gostosa do acordar com alguém do lado. Sem neuras, com confiança, confiando em mim mesmo para confiar na pessoa amada, confiando nos sentimentos e não deixando se levar por qualquer momento.
“A minha felicidade está sonhando
Nos olhos de minha namorada
É como esta noite
Passando, passando
Em busca da madrugada
Falem baixo por favor...
Pra que ela acorde alegre como o dia
Oferecendo beijos de amor.”
(A felicidade – Vinicius de Moraes e Tom Jobim)

terça-feira, 25 de março de 2008

... VERSÃO QUANTO VALE ...



No filme QUANTO VALE, OU É POR QUILO?, O Estado brasileiro é representado de várias formas, se analisarmos por John Locker, pode-se perceber um estado natural, onde cada um é juiz de si próprio; alguns personagens se auto julgam, alto condenam e agem, punem, ou procuram uma forma de sobrevivência, em alguns momentos pode-se confundir com um estado primitivo, sem lei e onde pessoas, e poderosos, podem usar e abusar. Numa visão ligada a Rousseau, podemos observar, também, uma democracia direta, onde o individuo é súdito e cidadão ao mesmo tempo, cidadão por ter seus direitos e etc; e súdito por mostrar as diferentes camadas sociais, onde muitos cidadãos servem de empregados para maiores e/ou para o próprio estado.
Por fim, analisando mais a fundo, tanto foi falado de poder que se pensarmos bem ele é uma unidade contrária, existem muitas necessidades entre comandantes e comandados, o filme mostra isso com os “poderosos” e suas instituições assistencialistas, no caso o comandante necessita que o comandando participe delas.


Ao observar o filme, há a percepção de que os serviços assistencialistas atuantes só beneficiam aqueles que os sustentam e apóiam, entretanto, não se pode generalizar , pode-se criar uma média utopia na crença de uma consciência dos grandes em relação aos benefícios assistencialistas que custeiam. Em suma, a realidade nua e crua, só confirma tais serviços como esquemas de lavagem de capital e corrupção.


Segundo o filme, o que existe em comum nas duas épocas é a segregação racial e econômica. O preconceito da cor advinda da época escravista, é demonstrada sem dó, tirando as vendas do individuo que crer que o Brasil é um país homogêneo em relação os preceitos de cor, demonstrando que a segregação econômica continua, e ainda a existência da heterogenia social de classes.


Os grupos representados no filme, são caracterizados das seguintes formas:
- Estado: desigual; segregador social de classes, omisso a realidade dos fatos cotidianos.
- Empresas: galpões capitalistas, com intuito de mascarar suas corrupções e sonegações nas ong´s.
- Partidos Políticos: instituições de interesse, sem engajamento e filosofia própria; desprovidos de ideologia.
- A mídia: câncer que venda os olhos da socidade, imbecilização dos comandados.
- Ong´s: máquinas de lavar dinheiro de empresas e estampas criadas pela mídia.


SINOPSE:

Uma analogia entre o antigo comércio de escravos e a atual exploração da miséria pelo marketing social, que forma uma solidariedade de fachada. No século XVII um capitão-do-mato captura um escrava fugitiva, que está grávida. Após entregá-la ao seu dono e receber sua recompensa, a escrava aborta o filho que espera. Nos dias atuais uma ONG implanta o projeto Informática na Periferia em uma comunidade carente. Arminda, que trabalha no projeto, descobre que os computadores comprados foram superfaturados e, por causa disto, precisa agora ser eliminada. Candinho, um jovem desempregado cuja esposa está grávida, torna-se matador de aluguel para conseguir dinheiro para sobreviver.


Informações Técnicas

Título no Brasil: Quanto Vale Ou É Por Quilo?

País de Origem: Brasil

Gênero: Drama

Classificação etária: 14 anos

Tempo de Duração: 110 minutos

Ano de Lançamento: 2005

Estúdio/Distrib.: Riofilme

Direção: Sergio Bianchi


Elenco:Herson Capri, Ana Carbatti, Marcelia Cartaxo, Leona Cavalli, Caco Ciocler, Joana Fomm, Silvio Guindane, Cláudia Mello, Danton Mello, Lázaro Ramos, Lena Roque, Ana Lúcia Torre

sexta-feira, 21 de março de 2008

... versão REALIDADE ...



Quando, seu moço, nasceu meu rebento
Não era o momento dele rebentar
Já foi nascendo com cara de fome
E eu não tinha nem nome pra lhe dar
Como fui levando, não sei lhe explicar
Fui assim levando ele a me levar
E na sua meninice ele um dia me disse
Que chegava lá
Olha aí
Olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega
Chega suado e veloz do batente
E traz sempre um presente pra me encabular
Tanta corrente de ouro, seu moço
Que haja pescoço pra enfiar
Me trouxe uma bolsa já com tudo dentro
Chave, caderneta, terço e patuá
Um lenço e uma penca de documentos
Pra finalmente eu me identificar, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega

Chega no morro com o carregamento
Pulseira, cimento, relógio, pneu, gravador
Rezo até ele chegar cá no alto
Essa onda de assaltos tá um horror
Eu consolo ele, ele me consola
Boto ele no colo pra ele me ninar
De repente acordo, olho pro lado
E o danado já foi trabalhar, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega

Chega estampado, manchete, retrato
Com venda nos olhos, legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente, seu moço
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato, acho que tá rindo
Acho que tá lindo de papo pro ar
Desde o começo, eu não disse, seu moço
Ele disse que chegava lá
Olha aí, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri
E ele chega

Chega estampado, manchete, retrato
Com venda nos olhos, legenda e as iniciais
Eu não entendo essa gente, seu moço
Fazendo alvoroço demais
O guri no mato, acho que tá rindo
Acho que tá lindo de papo pro ar
Desde o começo, eu não disse, seu moço
Ele disse que chegava lá
Olha aí, olha aí
Olha aí, ai o meu guri, olha aí
Olha aí, é o meu guri

O MEU GURI
Chico Buarque.

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Mais real sem ser fulgaz impossível. Chico Buarque sempre nos brinda com ditames alucinantes e que servem como um tapa de luva de pelica. Sem ser agressivo, mas real, rebuscado sem ser muito difícil de se entender. Inteligente e sagaz, esperto e etinerante. Um brilhante ser, um grande compositor... Alguém à luz de sua era.

segunda-feira, 17 de março de 2008

... VERSÃO SEM PALAVRAS ...


UMA IMAGEM VALE MAIS QUE MIL PALAVRAS MAL DITAS E POUCAS BEM CONDUZIDAS.

domingo, 16 de março de 2008

... VERSÃO VIDA (MESMO) ...

Nunca! Nunca podemos dizer que estamos certos em uma decisão. A escolha gera renúncia, que gera dúvida, que gera discórdia interior... Por que os sentimentos, os sentidos e qualquer outro “ido” é tão instigante, chocante, dilacerador? Se ao menos isso tivesse uma resposta, talvez as decepções deixassem de existir.
Ontem encontrei alguém com quem me relacionei com outra pessoa... Tivemos um término mal resolvido, nunca se esteve certo do porquê... O coração murchou, apertou, doeu, mas olhar adiante é o que vale, mesmo que Cazuza diga que veja um museu de grandes novidades. Mas é fato: o futuro repete o passado, que repete o presente, que repete qualquer momento...
Pronto! Desabafo feito, vida seguindo, tortura ,mental sanada. Certeza de que tudo vai ser em diante mais calmo, tranqüilo (Sim! Eu quero a sorte de um amor tranqüilo). Eu quero viver assim, da forma mais bela que vivo, da maneira mais gostosa como estou acostumado... Eu quero continuar a reagir dessa maneira, chorando, dilacerando, platônico. Eu sou assim, sou impulso, sou veia latente, sou essas coisas e mais a vida. E também sou tão queria, tão amado e tenho de parar de reclamar um pouco.
Eu tenho a vida que pedi a Deus e ele ainda me concedeu mais.

sábado, 15 de março de 2008

... VERSÃO over ...


OBRIGADO PELOS LAYOUTS AMIGO KADO.


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Eu nunca soube
Eu nunca soube que tudo estava desmoronando
Que todos que eu conhecia estavam esperando em uma
fila
Para dar as costas e correr, quando tudo que eu
precisava era
a verdade
Mas é assim que tem que ser
Está se resumindo a nada mais do que apatia
Eu prefiro correr por outro caminho a ficar e ver
A fumaça e quem ainda fica quando ela se dissipa
Refrão:
Todos sabem que eu estou
No meu limite
No meu limite
Com oito segundos restantes a mais
Ela está na sua cabeça
Ela está na sua cabeça
Vamos reorganizar
Eu queria que você fosse um estranho de quem eu
pudesse
me desligar
Diga que nós concordamos e então nunca mudamos
Acalme-se um pouco até que nós todos nos entendamos
Mas isso é indiferença
Encontre um outro amigo e descarte-o
Enquanto você perde a discussão num teleférico
Pendurado nas alturas enquanto o abismo está no meio
Refrão
E de repente eu me torno uma parte do seu passado
Eu estou me tornando a parte que não dura
Eu estou perdendo você, sem esforço
Sem um som nós perdemos sinal do chão
Nas rochas ao redor
Nunca pensei que você quisesse derrubar
Eu não deixarei cair até nós mesmos incendiarmos isso
Refrão
Todo mundo sabe...
Ela está na sua cabeça
Todo mundo sabe que eu
Estou no meu limite



OVER MY HEAD (TRADUÇÃO)

THE FRAY

sexta-feira, 14 de março de 2008

... VERSÃO JANELA ...


São lindas as janelas, aquelas que sabem o que se passam no nosso coração... Aquela que explica e exemplifica os sentimentos, todos... Podem ser os olhos ou o sorriso, podem ser de madeira, de ectoplasma, de amor ou ódio, mas as janelas, sejam da alma ou literal mesmo, sempre vão deixar vazar emoções...

Ao observar pela janela, você observa por duas... As janelas "olhos" e as janelas da sua casa... Às vezes, olhar pela janela é muito mais interessante do que falar... Deixar transmitir e tentar alguém decifrar é muito mais excitante, muito mais vivo.


PS: Olhe por todas as janelas, mas é claro, deixe ser olhado também.


quinta-feira, 13 de março de 2008

MOINHO DO MEU MUNDO



Um grande mestre, simplesmente perfeito em suas palavras, saudoso em todas as suas para-frases. Grande Cartola, poeta da música... Há de nascer alguém, na época de hoje, que tenha magistral talento e destreza com essas coisinhas chamadas palavras.



Ainda é cedo amor

Mal começastes a conhecer a vida

Já anuncias a hora de partida

Sem saber mesmo o rumo que irás tomar

Preste atenção querida

Embora eu saiba que estás resolvida

em cada esquina cai um pouco tua vida

Em pouco tempo não serás mais o que és


Ouça-me bem amor

Preste atenção o mundo é um moinho

Vai triturar teus sonhos tão mesquinhos

Vai reduzir as ilusões à pó


Preste atenção querida

De cada amor tu herdarás só o cinismo

Quando notares estás à beira do abismo

Abismo que cavaste com os teus pés


O Mundo é um Moinho

(Cartola)

quarta-feira, 12 de março de 2008

... VERSÃO 20 ...








20 anos de erros e acertos, acertos e erros, defeitos e qualidades. 20 anos de deslumbramentos, certezas, de falta de sobriedade. 20 de anos de pura criatividade, inteligência e perspicácia. 20 anos de puros insultos, de algumas fadigas, mas nenhum preconceito. 20 anos de uma vida intensa, de nunca um grande amor, sempre grandes lições. 20 anos escondendo segredos, vivendo meu mundo e pensando em milhares de coisas. 20 anos sendo EU , ou 20 anos fingindo ser eu. 20 anos nessa encarnação tentando imaginar o que já fui algum dia. 20 anos com interrogações: e se fosse um vidente, se adivinhasse o que aconteceria? 20 anos sendo único e de uma paz imensa que me dá amigos, 20 anos de pura simplicidade, de puro afeto, de ser simplesmente um cara feliz. 20 anos de família, de mão, vô e vó, tia... 20 anos de amigos. 20 anos de caminho. Que daqui há 20 anos tudo possa ser igual acrescido 20 vezes mais.




20 anos de Deus e de Fé.

segunda-feira, 10 de março de 2008

RODA (MINHA NOSSA) VIDA


“Com todo o respeito ao meu querido Chico Buarque, uma agregação a essa música tão perfeita.”


Tem dias que a gente se sente

(isso quando realmente sentimos algo, quando os sentidos estão acordados)

Como quem partiu ou morreu

(prefiro ir, partir morrendo sabendo que algo melhor me espera)

A gente estancou de repente

(sabendo que o que está estancado é o sangue latente dos pulsos)

Ou foi o mundo então que cresceu

(cortados pelo medo da “selva” mundo que cresceu)

A gente quer ter voz ativa

(mesmo que falemos alto, mesmo que esbravejemos)

No nosso destino mandar

(alguém maior vai impor o destino, o caminho a se trilhar)

Mas eis que chega a roda-viva

(mas e o livre-arbítrio consome o corpo todo e os atos)

E carrega o destino pra lá

(escolhemos caminhos errados, passamos por atalhos ou caminhos mais longos, mas caímos na mesma porta)

Roda mundo, roda-gigante

(sou mais um joguete nas mãos do universo)

Roda-moinho, roda pião

(mais uma peça num jogo errado)

O tempo rodou num instante

(mais um menino mal visto)

Nas voltas do meu coração

(mais um coração dilacerado)


A gente vai contra a corrente

(queremos impor nossas idéias, opiniões, explanar palestras)

Até não poder resistir

(cansar a garganta de tanto falar as mesmas, mesmas idéias)

Na volta do barco é que sente

(sentir que talvez seja pouco, o que quer dizer, o que sentir)

O quanto deixou de cumprir

(frustrar-se, descobrir que é pouco, o que o universo diz de si)

Faz tempo que a gente cultiva

(mas nem ligar para o que um dia eu disse errado)

A mais linda roseira que há

(só em saber que você concorda e discorda ao meu lado)

Mas eis que chega a roda-viva

(tendo consciência de que um dia tu vais)

E carrega a roseira pra lá

(e leva junto meu coração [piegas])


A roda da saia, a mulata

(6 horas e quarenta)

Não quer mais rodar, não senhor

(desperto o olhar, eu acordo)

Não posso fazer serenata

(olhares trocados, a hora)

A roda de samba acabou

(de olhar meu futuro, senhor)

A gente toma a iniciativa

(ou deixa o destino guiar)

Viola na rua, a cantar

(e qual será o resultado)

Mas eis que chega a roda-viva

(dessa incessante troca de olhares)

E carrega a viola pra lá

(e deixo o deixar fluir no ar)


O samba, a viola, a roseira

(eu quero você, talvez amor)

Um dia a fogueira queimou

(por um dia, dois, o que for)

Foi tudo ilusão passageira

(mas que seja ilusão)

Que a brisa primeira levou

(foi o desejo que levou)

No peito a saudade cativa

(e deixe levar mais mil horas)

Faz força pro tempo parar

(ou o tempo que o gosto do beijo guiar)

Mas eis que chega a roda-viva

(eu quero mesmo é parar a vida)

E carrega a saudade pra lá

(olhar nos seus olhos e chorar)


...


VERSÃO END