sexta-feira, 4 de julho de 2008

... VERSÃO VESTIDO ...


...


Abre o armário
Entre tanto vestidos
Escolheste o mais bonito.
Cai como luva
Envolve teu corpo
O tecido que mexe tem vida.
E quando passas
É brilho ofuscante
Que até apaga os ladrinhos da rua.
Sim minha beleza
Você é minha ama
Diga o que queres, eu faço.
Aprendo a costurar
Bordar e tricotar
Te faço um vestido bonito.
Só para ter o prazer de dizer
Que minhas mãos tocam em você
Mesmo que por meio de um simples vestido.
Mas meu desejo é mesmo tira-lo
Abrir todos os botões
Te descascar, descobrir você em minhas mãos.


(VESTIDO)

quarta-feira, 2 de julho de 2008

... VERSÃO PAPEL ...




Eu sempre fui aquele cara

Mais estúpido que os outros

Mais sabido, de achar que sabia demais

Delírio puro, de um copo do álcool dourado

Bonito

Andando cambaleando pela rua.


Mas não existe nada melhor

Que prosear com um poeta bêbado

Que mostra muito mais, e com exagero

Seus sentimentos mais profundos e viris.


Eu sempre fui aquele cara

Que observa tudo e as vezes constrange

De tanto olhar exatamente para um ponto fixo

Para uma pessoa que ache intrigante

Delírio puro, de pensamentos a mil

Velocidade

Correndo nu pela chuva na rua.


Mas não existe nada melhor

Que correr nu pela chuva na rua

Que mostrar sua capacidade de loucura

Suas configurações mais malucas e lúdicas.


Eu sou a pessoa, sou o sujeito

As vezes, o que observa

Faço parte da ação a todo momento

Isso sim!

Mas posso estar em vários níveis

Em vários planos que eu próprio

Fiz para mim.


Agora, é claro

Que não deixo

De levar comigo o meu papel

Único lugar que faço o meu abrigo

É nele que moro, e nele que vivo.


(Aos Poetas)